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domingo, 26 de junho de 2011

Dust in the wind...

Estou triste.
Hoje me dei conta de que tudo que acontece nas redes sociais pode ser uma ilusão.
Dããã, eu sei que realmente existem pessoas reais do outro lado da net, mas quando elas forem embora, o que ficará?

Por exemplo: o orkutcídio que ocorreu aos montes no Brasil acabou com toda a história que vinha sendo cerzida por lá.
O que sobrou no lugar vazio que você deixou no Orkut quando se desligou do grupo? Todos os seus comentários sumiram de um dia para o outro. Todas as fotos marcadas com o seu rosto agora estão sem dono.

Um sorriso sem nome... rindo para quem?
A gente demora anos para reencontrar uma pessoa e se dá conta que a amizade ainda é bacana e divertida. Memórias são trazidas à tona, lembranças compartilhadas, histórias trocadas e, de repente, a pessoa pode sumir de um dia para o outro e vc nunca mais voltar a encontrá-la.
Todas as trocas de mensagens, as fotos, os comentários... tudo some e não existe chance de resgatar.
Estranho.

E o pior é que somem sem nem se despedir. Nem deixam uma cartinha dizendo quando e onde podemos nos encontrar novamente.
Sacanagem demais.

Outro exemplo: este blog.
Não tenho cópia de nada do que está escrito aqui. Amanhã tudo pode desaparecer e aí nunca mais terei acesso a nada disso.
Quem me garante que daqui há 20 anos eu ainda serei a dona deste endereço eletrônico onde eu posso entrar e lembrar das bobagens que eu escrevia quando morava numa cidade pequena e tinha tempo para pensar na vida?
Bobagens, coisas tolas, mas que seria legal guardar para ler na velhice.
E se tudo isso sumir para sempre? Que triste seria...

Tenho uma caixa guardada com todos os cartões de aniversário que ganhei na vida. Lá tem cartas de amigas, desenhos, Correios Elegantes de festinhas juninas da escola, fotos 3x4 da carteirinha de amigos... bobagens, mas é tudo meu. Tá lá, guardado para a eternidade.

Mas o mundo vitual se desfaz num simples "excluir" e isso, para mim, ainda é muito esquisito.

Esta semana um amigo me escreveu com pena dos tapetes de Corpus Christi: demoram tanto para serem feitos e, em poucos minutos, são destruidos por pés impiedosos.
Respondi para ele que isso é uma prática comum entre os monges: passar hoooooooras desenvolvendo padrões maravilhosos de areia para depois serem destruidos por eles mesmos.
E nem tiram fotos para lembrar depois...
Com a maior tranquilidade, eu expliquei que os monges fazem isso para treinarem o desapego das próprias produções, por mais belas e trabalhosas que elas possam ser.


As esculturas de areia são assim também. Lindas, mas desaparecem na mudança da maré. E o hotel de gelo que some na primavera? Não é estranho você passar a sua lua-de-mel num lugar que sumirá depois de semanas? Com suas experiências e história junto com ele.

Mas desisti de ser desapegada.
Quero todos os tapetes de areia plastificados e eternizados nas ruas.
Os monges são uns loucos, isso sim.
Não quero perder nenhuma palavra do que está escrito aqui, mas não há como exigir que o blog entre na minha caixa e se mantenha lá para a eternidade.
Não quero perder nenhuma foto dos amigos que tenho na rede social. Nenhum comentário engraçado. nenhuma mensagem de aniversário...
Mas imagino que um dia tudo vai se embora para algum buraco negro deste mundo internaútico.

E as lembranças vão se perdendo no tempo. Como areia que escorre entre os dedos, por mais que queiramos segurá-la forte.
Ai que saudade dos singelos e cafonas Correios Elegantes...

3 comentários:

  1. pras redes sociais nao vejo solucao, mas pro blog, e so dar "back up"...

    inaie

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  2. Claudinha, estou tentando lhe enviar uma mensagem...

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  3. Ah, agora já sei como funciona. É Liana. Eu tinha dito, e apagou, que com o tempo a gente aprende onde é o lugar que guarda todas as lembranças mas que é preciso chegar o tempo para a gente saber onde é o lugar... deu pra entender? Beijos

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