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domingo, 22 de janeiro de 2012

Adeus Cavalinhos!!!



Ontem uma amiga escreveu cobrando atualizações no blog.
Pois é... tem acontecido uma coisa engraçada por aqui. Não que eu não escreva. Nada disso, tenho escrito quase todo dia! Corrijo a ortografia, os erros de concordância, arranjo as fotos perfeitas para ilustrar o post e depois... apago. Mando tudo para o lixo cibernético.
Tenho certeza que iria dar polêmica, que seria mal interpretada ou, pior, que irá ser um post ruim e eu cairei em descrédito.
Com medo da reação dos meus poucos leitores, eu prefiro não arriscar e jogo tudo fora.
Tenho feito a mesma coisa no Facebook. Escrevo alguma coisa no mural, compartilho alguma piadinha gozada, divulgo alguma causa nobre, vou fazer um xixi e, na volta, excluo.
Estranho, né? Medo danado de falar bobagem.

Outro dia uma outra amiga me escreveu um email e a primeira frase era assim: "Oi minha querida amiga irreverente!!"
Contei a ela,então, que "irreverente" não tem sido um elogio por aqui. Não me sinto mais confortável sendo irreverente. Pena. Pedi que ela tentasse arranjar outro adjetivo para me qualificar, como: boazinha, leal, bacana, simpática. Isso sem falar nos óbvios: linda, inesquecível, suprema...
Ela respondeu que lamenta muito, e ficará de luto pela morte da minha irreverência. Contou que, inclusive, comentou com outra amiga nossa que a minha irreverência torna a vida delas menos complicada e um pouco mais leve.
Sim, entendo, mas não poderei ser assim para sempre. Sorry.

Bom, e é por isso que meu blog parou. Ele também era irreverente, e eu estou tentando me afastar de gente deste naipe. O blog tem muito "hahahaha", (já parei com isso, perceberam?) e muito campo minado em temas delicados. E eu que me gabava de ser uma pessoa ética, respeitosa e cheia de moralidade? Estou começando a achar que não, não sou.
O post do Patrick sendo Jesus Cristo causou um silêncio inquietante aqui no blog. Nenhum "curtir", nenhum comentário, nenhum compartilhamento. Depois de quase um mês um amiga escreveu dizendo que gostou muito, mas que achou mesmo perigoso.
Bom, resumindo, o blog é irreverente demais e não será um boa companhia no meu processo de reabilitação.

-Venha tesouro, não se misture com essa gentalha.
Brasilicus=Seu Madruga (vagabundo, metido, se acha, mas não ganha dinheiro)


Um exemplo:
Semana passada eu e minha mãe vimos num ponto de ônibus uma senhora japonesa tão estilizada, tão fofa, que paramos para saber se ela queria carona. Era tão linda e arrumadinha que a levaríamos até o Japão se fosse necessário. Mas ela, como uma boa dama que era, não aceitou a carona.
O problema é que aí veio um cara gordo barbudo perguntando se podíamos levá-lo no lugar da japonesa. Hum... tá bom, fazer o quê?

Pessoa para quem queríamos dar a carona.
(juro, a velha estava assim no meio da cidade!!!)
Pessoa para quem tivemos que dar.
A carona! 



















Logo que ele entrou no carro eu já fui contando que, na verdade, queríamos dar carona para a pequena gueixa, mas a gente faria um imenso esforço e aceitaria a presença dele no nosso carro. Ele pediu desculpas e eu disse, rindo, que era brincadeira e que ele podia continuar onde estava.
Bom, no caminho ele foi contando da quantidade absurda de gays que existe na cidade:
-Fiz faculdade em Santos e lá todo mundo tirava sarro de mim ao saber que eu era de Campinas. A cidade é famosa por ter muitos gays. E tem mesmo!
-Qual curso você fez? - perguntou a minha mãe, querendo ser simpática e mudar para um assunto politicamente correto.
-Arquitetua. - ele disse.
Aí a irreverente aqui já lançou:
-Bom, então você também não é muito homem. Você conhece a piada, né?
Nem ia escrever porque a piada é antiga, mas lá vai: Arquiteto= um cara que não é homem suficiente para ser engenheiro civil e nem gay o suficiente para ser decorador. 
-Sei, sei, conheço todas as piadas envolvendo a minha profissão. - ele disse rindo.
Por ele ter achado graça da minha brincadeira, uma porteira se abriu na minha mente irreverente e eu comecei a falar muita bobagem com o cara. Muita mesmo! Ele riu o tempo todo e, para mim, estava tudo bem.
Mas quando ele desceu do carro, minha mãe falou:
-Claudia você é louca!! Meu deus, se você não fosse minha filha eu acharia que você não bate muito bem. Coitado do rapaz!! Ainda bem que ele deu risada, porque eu não acharia graça nenhuma das coisas que você diz.
Aí eu me defendi:
-Só falei assim com o cara porque percebi que ele entenderia a brincadeira. É óbvio que eu nunca brincaria com aquela senhora japonesa que estava na rua!
-Bom, só se for um dom dos psicólogos que eu realmente não tenho. Para mim tudo é muito arriscado. Você pode magoar as pessoas brincando desse jeito.
-Sim, mamãe, é um dom que nós psicólogos temos.

Mentira.
Não tenho dom nenhum. Sou mesmo é muito desenfreada com o meu senso de humor besta e irritante. Penso (tolamente) que perder a piada é um enorme desperdício e que nada devia ser poupado de uma rápida gracinha da minha parte.
Supervalorizo o humor e esqueço que o povo prefere... o respeito.

Bom, é isso. Só isso.
Ser irreverente não está sendo bom para mim e acredito, inclusive, que começou a afetar as minhas amizades.
Não desejo mais isso para mim. Deculpa aí, pessoal, mas a irreverência saiu para um período sabático. E fazer um blog sério de coisas sérias não é necessário nem para mim e muito menos para o mundo, já soterrado de textos bons e importantes para serem lidos.

Meu marido sempre diz: Quem fala demais dá bom dia a cavalo.
Hum... realmente não entendo o que isso significa, mas, de qualquer forma não deve ser algo bom. Os cavalos ficarão sem o meu "bom dia" daqui prá frente.
Dizem que temos dois ouvidos e uma única boca para sermos obrigados a ouvir mais do que falar. Posso acrescentar ainda que temos dois olhos e um único cérebro para ver mais do que pensar.
Vou então evitar falar demais, escrever demais, pensar bobagens e me exceder com as pessoas.
Vamos ver até quando...


Enquanto isso fico em silêncio pensando por quê temos, então, dois rins e uma única bexiga? Dois pulmões e uma única traquéia? Dois ovários e uma única.................................................. nada não.
Adeus cavalinhos.


PS: depois que publiquei este post (vocês não imaginam como foi difícil! e a vontade de apagar??) é que reparei que o cavalinho da primeira foto é o penduricalho do whisky "White Horse".
Puxa, que honra! Adoro esse pequeno cavalinho branco e tenho vários numa gaveta aqui em casa. Pego todos em festas e casamentos que vou!!! Sou a maníaca do White Horse!
 Prá que? Para nada. Apenas um fetiche estranho por minuaturas.

12 comentários:

  1. ja estou em luto fechado por um numero imenso de razoes.
    Por perder a minha amiga irreverente, acima de tudo.
    Claudia, voce pode querer se reinventar,se repaginar, ser quem voce quiser ser, mas nao se esqueca que voce sempre vai agradar a um grupo e desagradar ao outro. Agora, tentando ser cuidadosa com quems e ofende com as suas brincadeiras, vc deixa de alegrar quem se diverte com elas. Voce nunca faltou ao respeito com ninguem.
    O mundo esta cheio de gente super politicamente correta. Um saco!

    E aqui, eu sempre encontrei um espaco de liberdade de expressao, de verdade e de leveza. E me senti tao a vontade que varias vezes discordei do conteudo, mas nunca do veiculo.

    Pelamor, reopensa isso ai. Os seus leitores vem aqui por que gostam de voce, curtem o que voce escreve, riem e choram com os seus posts.

    Voce tem o dom de cativar, de provocar emocoes, de fazer pensar. Vai jogar isso fora por que esta sendo muito irreverente?

    Ah nao. Eu discordo, choro e sapateio.

    Volta, por favor...

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  2. Concordo em numero, genero e grau com a Inae! PELOAMORRR CLAUDINHA! fodam-se os q criticam! Os grandes escritores e pensadores sempre ousaram e assim mudam o mundo! Quem não gosta sai do blog e vai ver BBB, falar da fucking Luiza, se prender à paradigmas hipócritas!! FALA MERDA CLAUUUU! não sw cale nunca, isso só te fará mal! Tania

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  3. As vezes também faço isso...acabo de escrever alguma coisa e antes de apertar o "publicar" repenso e apago. Também tenho medo de ser mal interpretada, aprendi que quando escrevemos algo e assinamos produzimos provas e que podem ser usadas contra nós mesmas.
    Acho que já fomos menos covardes em um momento em que as pessoas liam com mais inteligência, esperteza para diferenciar bobagens de genialidades, ou grandes sacadas escritas com humor, sarcasmo, ironia, etc.
    Hoje as pessoas julgam muito e criticam de maneira cruel. Há uma concorrência.
    Dia desses tava num bate papo com uma amiga pedagoga, e quando ela errava uma palavra ou concordância, verbo, acento ia lá e escrevia um novo balãozinho com a correção entre aspas. Dai perguntei porque vazia aquilo, que não se preocupasse pois eu estava entendendo. Ela me respondeu que não podia pois era pedagoga, e as pessoas poderiam cruxifica-la por aqueles pequenos erros. Acho que é assim que acontece com todas as profissões, exigi-se a perfeição.
    Refletindo seu texto resolvi que não quero ser mais refém disso. Vou escrever o que penso e tentar não apagar, ou se apagar vou me compreender a reescrever. Vou ser mais corajosa e tentar adotar uma ponta dessa sua "irreverência" maravilhosa que me faz ler seus texto, adorar e comentar com varias pessoas...mas tenho preguiça de escrever pra você e te contar o que achei.
    Sorry!!!
    and Thank you!!! I love your blog!!

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  4. Volta Volta!! Fico com do das suas futuras noras:):) Beijo
    Caro

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  5. Faço minhas as palavras da Inaie ! E olha que conquistar opinião de mãe com irreverência nao e fácil!
    Por favor, volte aos seu blog urgente! Isso é uma ordem dos seus leitores com síndrome de abstinência. Vada a bordo, catso!!

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  6. Claudinha,
    Pensando só em mim e em meu amor por sua obra, escreveria mil razões para continuar, como alguns leitores já o fizeram e bem.
    Mas te amo muito e amar, em parte, é confiar de olhos fechados. E nesse momento, acho que é disso que vc precisa: meu apoio para parar, dar um tempo, nunca mais escrever nem lista de supermercado whatever... Escrever publicamente nos expõe de certa forma, ainda mais quando pensamos em pessoas como eu e vc que ainda assinamos nossos nomes reais (pseudonimos são para os fracos! rsrsrsr brinks).
    Então, meu anjo, minha amiga que abriga tantas mulheres em uma só, o que vc decidir conta com meu apoio. Pra mim, basta que seja feliz e só.
    Love you.
    Beijos
    Ju

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  7. Ah, se só pra constar uma experiência minha que talvez m dia possa te fazer sentido:
    - As pessoas que mais amamos nem sempre são as que nos compreendem, que alcançam todos nossos anseios e facetas.
    - Aprovação materna, para mim, é como o tal do enterro de anão: deve existir, óbvio, mas eu nunca vi um...rs
    Beijos e mais amor
    Ju

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  8. Claudia. lê quem quer suas postagens, quem gosta, assim como eu.As pessoas têm direito de pensarem o que quiserem, nem sempre elas concordam entre si (ainda bem!. Penso que é até uma forma de egoísmo privar as pessoas que gostam de ler suas publicações, não consigo ler todas, mas gosto quando leio, elas levam a uma reflexão. Se possível, continue.Obrigada
    Roberta

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  9. Querida Claudia. O Mundo esta ficando pasteurizado, chato, monotono. Tudo esta muito parecido, para nao dizer igual. Ser diferente parece ter deixado de ser qualidade para ser defeito. Isso tem que parar; caso contrario deixaremos de ser criativos, interessantes e geniais! Por favor nao deixe o mundo te pasteurizar tb. Beijos.

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    Respostas
    1. Nossa, que amei isso! Pensamento e metáfora geniais. bjs

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  10. Olá Cláudia.
    Há alguns meses descobri seu blog e pensei tem alguma coisa haver comigo,
    desde então comecei a ler todos post, vamos sentir sua falta.
    Protesto continue............

    Abraços
    Denize

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  11. ainda bem q mudou de ideia =D
    sou viciada nos teus textos.
    E nos últimos posts, era notável a falta de "irreverência" [entre aspas pra reduzir todos os adjetivos a um], não q o fato dos teus filhos terem feito um presépio com o Patrick de menino Jesus não tenha ficado extremamente fofo, mas a forma de escrever estava mais contida e ficaram desinteressantes.

    mas já voltou ao normal [todos comemoram \o/]


    Thaian

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